quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Ecos do Sertão...



"Só restou mesmo a fé
E da seca, a caminhada
Pra onde todos vão a pé
Multidão emocionada
Em memorar todos mortos
Sempre vou, bem me alembro
Trilhos são veredas tortas
Todo santo mês de novembro..."
- TRECHO DO CORDEL A BESTA FERA DE VALDECY ALVES

A seca de 1932 foi uma das maiores da história do Ceará. Fome e doenças como cólera, febre amarela e varíola marcaram aquele povo sofrido pela sede e fome. Senador Pompeu foi uma das cidades que abrigou um dos sete campos de concentração, criados pelo governo da época para deter a vinda de retirantes à Fortaleza.
Diz a crendice popular que o ano terminado no número dois é sempre de seca. O ano terminado em quatro é sempre de enchente. Seguindo essa lógica, 32 só podia ser período de estiagem. Na concentração de Senador Pompeu, passaram a viver milhares de flagelados de diversos municípios cearenses e de outros estados do Nordeste.

O governo obrigava as vítimas da seca a trabalhar na construção da barragem do açude Patu. No entanto, repentinamente, a obra teve seus trabalhos paralisados e, junto com a paralisação, o governo deixou de manter o posto de saúde e o setor de fornecimento de alimentos que funcionava no campo. Com isso, os retirantes foram adoecendo e morrendo.

Atualmente, Senador Pompeu é o único município onde se encontra viva a memória do campo de concentração. O cemitério da Barragem do Patu é considerado um espaço sagrado para visitação. Há romarias, pessoas que rezam e pagam promessas. Os moradores acreditam que as almas dos concentrados são milagrosas, porque sofreram muito.

FONTE: Banco de Dados Joranl O Povo

Um comentário:

  1. Obrigado por divulgar meu trabalho. visite o meu blog e conheça meu mais recente trabalho o documentário: PADIM CIÇO, SANTO OU CORONEL?

    Felicidades,

    www.valdecyalves.blogspot.com

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