quinta-feira, 7 de julho de 2011

Saudades do meu pai


Por Leonardo Souza

Aquela noite não era como as outras,
O silêncio tomou conta de mim,
Mesmo tão pequeno
Sem compreender muita coisa,
Ouvia os gritos dolorosos de minha mãe
Que me chegavam aos ouvidos como estrondos
E me despertava de meu sono de criança
Em meio a tantos prantos
Tudo me parecia confuso
Ouvi aquilo, que jamais imaginária
- Filho, o Papai morreu
Senti o inexpressável
Mas na minha cabecinha, não cabia o que acabara de acontecer
Você se foi, sem alarde
Percebi que não voltarias mais,
Toda a manhã esperava ansioso por teu sorriso
Sorriso que ficara apenas na lembrança
Dos meus tempos de criança
Lembranças das festanças,
Das alegrias,
Do calor do seu braço, onde me sentia protegido
Daquele que tinha como meu herói
Quantas noites perdidas,
Para dar-me a vida
Quanta dedicação,
Quanto afeto
Como dói saber que não o terei mais ao meu lado
Para me levantar quando eu cair
Para me estender a mão, quando meu rosto tocar o chão
Para me ver desbravando o mundo,
E ver você bater no peito e dizer;
Este é o meu Filho!
Restaram-me apenas lembranças,
Desses tempos em que eu era apenas uma criança,
Mas hoje descobri o poder de eternizar
Sem medo de blefar
Onde está, sei que podes de mim cuidar
O que plantou em mim, ninguém pode destruir
Os frutos que nascem de minhas mãos
São das raízes que plantastes em meu coração
Mas ainda assim
A saudade dói dentro de mim
Hoje cresci, posso ver as marcas de um homem,
Um homem bom
Que me ensinou que me instruiu
Que me amou, e que partiu
Quando olho no espelho, vejo;
Os traços que deixastes em mim,
Traços que me levam para perto de ti
Quando estendo a mão para meu irmão
Reflete em mim, sua compaixão
Grande homem tu foi
Humano absoluto,
Batalhador, ininterrupto
Na saudade que ficou,
Descobri o que em mim deixou
Obrigado por tanto amor!

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